terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Mensagem de Natal 2020 - O Natal da Fraternidade

 

O Natal da fraternidade

Temos no Natal um dos momentos mais belos do ano, da vida familiar e também social... Uma época em que mesmo os não crentes conseguem sentir esta celebração cristã fascinante, sentindo o seu encanto especial.

Uma época que a todos trás recordações de ternura e desperta a atenção para os valores humanos fundamentais: o dom da vida, a família, a paz e solidariedade.

Este ano mesmo sobre este sentimento único paira a sombra da pandemia que nos deixa abatidos, ansiosos, com medo e nos entristece.

Temos assim de viver o Natal de modo diferente, mais simples, mas com o mesmo sentimento, sempre com a consciência das recomendações sanitárias e adaptando-nos aos horários compatíveis com o recolher obrigatório que nos foi imposto.

Mesmo assim, o vírus não pode extinguir o amor, a esperança e a alegria do Natal. 

Não nos deixemos cair no esquecimento das nossas celebrações da fé tão características do Natal.

O momento que vivemos deve assim tornar-se num apelo a recuperar o verdeiro espírito de Natal, na sua autenticidade e no seu significado, desvalorizando o consumismo e não tornado o Natal apenas na comemoração de mais um aniversario sobre o nascimento de Jesus.

Celebremos então a essência do Natal, aproximando-nos e estendendo a mão a quem precisa, como a boa ação que aprendemos a fazer quando começamos como lobitos.

Celebremos o Natal com coração, dando-lhe um lugar importante na nossa vida, acreditando que no meio desta pandemia Deus pega na mão de cada um de nós e nos ensina o trilho pelo qual devemos caminhar para contribuir e mudar esta situação, com um verdadeiro sentimento de fé que sempre vamos buscar nos momentos mais difíceis.

Um dos aspetos mais marcantes do Natal é a fraternidade em Cristo, que revela que todos somos filhos do mesmo Pai e todos irmãos. Por isso, o Natal cristão deve ser a celebração do amor fraterno, da família.

Com esta pandemia, aproveitando o tempo que dedicamos às nossas famílias e aos nossos lares, devemos tentar aumentar em nós a exigência de uma nova fraternidade, sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo.

Nunca como agora fez tanto sentido falar de fraternidade e amizade social porque todos nos damos conta do quanto necessitamos uns dos outros.

O Papa Francisco chama-nos a viver a fraternidade como uma verdadeira mística para reconstruir o mundo dividido por muros de toda a espécie; como escuteiros adultos habituados a viver a nossa mística, devemos assim adotar essa mística proposta pelo Papa Francisco, vivendo juntos, encontrando-nos, dando a mão e apoiando-nos mutuamente, formando uma comunidade de irmãos que se acolhem e se cuidam.

E como diz ainda o Papa Francisco: “Estender a mão é um sinal: um sinal que evoca imediatamente a proximidade, a solidariedade, o amor. Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas”!

Vejamos os profissionais de saúde como algumas dessas mãos estendidas, e tornemo-nos nós também, nas nossas comunidades, nessas mãos que se estendem, como verdadeiros homens e mulheres incutidos do verdadeiro espírito escutista.

Celebremos então o Natal, mais silencioso, mas com mais sentimento, mais semelhante ao Natal de Jesus que nasce na solidão, com a estrela de Belém a mostrar-nos o caminho a seguir. Com mais humildade, sentindo-nos como os pastores do presépio e os Reis Magos que seguem essa estrela convictos da sua fé.

E este vírus, encaremo-lo como o Rei Herodes, que pretende tirar-nos o sonho e a esperança, mas como Jesus, acreditemos que descobriremos o caminho para o “Egipto” e a nossa salvação.

Em nome de todo o Núcleo de Urgezes

Feliz Natal

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